Troufa Real é uma figura de referência na arquitectura portuguesa, que em paralelo com a sua actividade como arquitecto foi professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Recebeu-nos na tarde de 9 de Fevereiro de 2005, no seu atelier, próximo do Chiado. Teve a paciência de nos mostrar os seus projectos, de nos falar dos seus gostos, da sua personalidade.
Natural de Angola, licenciou-se em arquitectura, porque o "status quo" de então não lhe permitiu ser pintor. Mas nunca deixou de pintar, esculpir, desenhar e fazer poesia.
Hierarquisa as suas prioridades na vida assim: primeiro, a prática do pensamento livre, tendo sempre como referência a religião católica e o ser humano. Em segundo lugar, a relação com a natureza e em especial, o mar, onde há história, horizonte e espaço, silêncio e também o ruído do cosmos na sua dinâmica universal. Em terceiro lugar o acto de criar, as artes em todas as suas dimensões. Em quarto lugar, a aventura portuguesa, gente que não se governa, nem se deixa governar. Em quinto lugar (não podemos ficar só com quatro, porque o quatro é morte da crença chinesa) declara o seu fascínio pela mulher em toda a sua dimensão.

Nesta espécie de casco dourado ficará o local de culto propriamente dito. Nos edifícios brancos situa-se a entrada e alguns serviços de apoio da igreja. Por detrás do painel vermelho ficam instalações de apoio social.




Maquetes
O polémico edifício do Parque das Nações, como estava projectado: com as cores da bandeira nacional, chamando-se por isso, Bandeira Habitada. Acabou por ter de ficar branco.

As palmeiras, tal como os símbolos relativos ao mar, são algumas das constantes nos seus trabalhos.



No final da visita ainda nos presenteou com um agradável e inesperado lanche, onde se dispôs também a saber de nós, já que tinha passado a tarde a dar-se a conhecer.

Uma maquete e os utensílios para as fabricar.
Lisboa parece mais bonita vista deste prisma.
Uma maquete para Angola

De entre os muitos projectos para Angola é de destacar a nova capital ''Angólia'' que será uma espécie de Brasília em África.
Das janelas das traseiras avista-se o Tejo e a outra margem.

Troufa Real falou-nos na sua disponibilidade de ceder o espaço do seu atelier para numerosas exposições.
Na parede do interior do apartamento são visíveis duas camadas de frescos.
Claraboia do interior do prédio.
A madeira é pintada, imitando outra madeira, a parede é pintada, imitando mármore. Preferências estéticas de há uns anos.
Posted by Acilina
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